o algoritmo está moldando a sua intuição?
do que você lê ao que você vive, quase tudo passa pelo filtro digital. será que ainda existe intuição genuína?
a
me ensinou um hábito interessante: ler o Valor Econômico. e eu curti. até porque, diferente de quando ele foi lançado (sim, eu tava lá, ou melhor, já trabalhava nessa época), ele não fala só de economia. fala de tudo do mercado, normalmente pelo viés da economia. mas nem sempre.bem, achei esse artigo na edição de sexta:
durante a leitura, fiquei me questionando:
essa intuição que o Wellington fala no texto ainda existe?
primeiro, porque os três exemplos que ele dá aconteceram em uma época pré vida algorítmica, quando a citada “convicção pessoal” realmente era embasada em muitos nadas, vozes da minha cabeça, impressões sobre o que vivemos e sentimos.
segundo, porque não entendo que nossa intuição seja algorithm free. se, como ele diz, intuição é a combinação de “repertório, experiência, contexto e sensibilidade”, por mais que o último elemento seja o mais humano e inato, todos os outros sofrem o impacto do algoritmo o tempo todo.
de onde vem nosso repertório? o que lemos, ouvimos, assistimos, os lugares que visitamos, as viagens que fazemos e por aí vai… mesmo que seja a dica de alguém, de onde veio essa dica?
e nosso repertório é formado também pelas nossas experiências, as escolhas que a gente faz e os caminhos que percorre - que muitas vezes são sugeridos ou moldados pelo algoritmo. dá pra dizer que uma experiência nasce exclusivamente da nossa vontade, ou temos realmente um cardápio oferecido pelo algoritmo?
ah, tem o contexto, ambiente em que a gente interpreta o mundo. mas ele também é mediado por plataformas digitais. (parece que não tem saída? spoiler: não tem) o ambiente de interpretação (as referências, os climas sociais, os assuntos do momento), tudo passa de alguma forma pelo filtro algorítmico, inclusive nossas conversas são atravessadas pelos conteúdos que circulam mais na nossa bolha. sem falar da sensação de urgência, normalidade ou ‘todo mundo tá falando’ que se baseia naquilo que aparece (ou não) no seu feed.
aqui, caímos na mesma discussão sobre a nossa liberdade de escolha. podemos escolher assistir, consumir, viajar pra onde quisermos, mas até que ponto isso é nossa decisão, mesmo, e até que ponto é o impacto dos algoritmos? quanto da nossa vontade é nossa real oficial?
no fim, o que é genuinamente nosso, mesmo?
sobra a sensibilidade que, como eu disse lá no começo, é o elemento seja o mais humano e inato. e pra não dizerem que fui só caótica e apocalíptica (eu não apresento um podcast chamado Qual é o BO? à toa, né?), acredito que a sensibilidade, o sentir, é o que nos diferencia, não só das IAs, mas das outras pessoas.
porque se:
a intuição é, em parte, um reflexo do que o algoritmo selecionou pras nossas experiências, que impactam no nosso repertório e no contexto em que lemos o mundo,
e isso acontece de forma individual, cada um na sua bolha,
eu acredito que saber sentir e transformar isso em individualidade, baseada na forma como cada um filtra essas inferências e conecta experiência, repertório e contexto, será a medida de sucesso enquanto sujeito social.
caiu aqui de paraquedas? oioi, eu sou a Poli! 👋🏼 jornalista por formação e cachorreira por paixão, sou estrategista e consultora em presença digital para marcas e pessoas. também sou professora e criadora de conteúdo sobre comunicação e marketing, especialmente através do digital. curiosa sobre as novas tecnologias e seu impacto nas nossas vidas - sobre as quais, inclusive, busco ter um olhar bem empático e humano - sou co-host do podcast Qual é o BO?.
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